
Amor-próprio, é um dos temas que tem sido bastante abordado quase como um cliché, só que acontece que continua a haver muitos de nós com falta de amor-próprio.
“Falta-nos o amor-próprio suficiente para não nos importarmos com o desprezo dos outros.”
(Luc de Clapiers Vauvenargues)
Qualquer um de nós em algum momento da sua vida, já sentiu ausência de amor-próprio, uma sensação de vazio e de angústia. Naqueles momentos que sentimos que não temos qualquer valor. O amor-próprio é uma dádiva difícil de ser alcançada, exige dedicação, esforço e treino. Vou mais longe, afirmando que é muito difícil sentirmo-nos plenamente felizes, uma vez que temos que saber viver os momentos menos positivos e saber usufruir daqueles que são realmente bons. É a altura crucial para olhar para dentro e enfrentar as nossas fragilidades, aceitarmos as nossas falhas e fazer o processo de crescimento. Este conhecimento maior sobre nós próprios permite-nos admirar, amar-nos incondicionalmente, valorizar cada êxito e cada pequena vitória.
O que é o amor-próprio?
O “Amor-próprio é a raiz da autoestima”
O amor-próprio poderá dizer-se que é um dos dois pilares que sustentam a autoestima. O outro é o poder pessoal. No entanto, o poder pessoal está associado à autoconfiança, o amor-próprio está relacionado com a nossa autoaceitação.
Cada um destes pilares deve ser reforçado, tanto a nossa autoconfiança como a nossa autoaceitação. Ao desenvolver o amor-próprio, deixamos de ser prisioneiros do medo e tornamo-nos capazes de assumir as rédeas da nossa vida.
O amor-próprio é dinâmico. Vai crescendo mediante as atitudes que nos vão amadurecendo. Quando agimos de forma a ampliarmos o nosso amor-próprio, começamos a aceitar muito melhor as nossas fraquezas e as nossas forças, temos menos necessidade de explicar as nossas carências.
“Ame-se a si mesmo, esse é o início de um amor pra vida inteira!” (Óscar Wilde)
Uma vida sem amor-próprio tem consequências nefastas. A falta dele faz com que estejamos abertos a sentimentos indesejados, como a insegurança. Tem tendência a piorar ainda mais quando evolui para o medo, interferindo diretamente com a nossa autoestima, deixando-nos completamente frágeis emocionalmente. Nesse estado os nossos objetivos e sonhos acabam por ser prejudicados.
No âmbito profissional, começamos a questionar-nos se estamos preparados para abraçar um novo desafio? Se somos capazes de assumir um negócio próprio? As dúvidas surgem e, por vezes, acabamos por consideramo-nos incapazes de enfrentar o “novo”, optando por ficar numa zona de segurança imaginária — “zona de conforto”.
Como caminhar na direção do Amor-Próprio?
As sugestões ou dicas que são oferecidas são oportunidades para que cada um se permita olhar para dentro de si mesmo e comece a trabalhar de dentro para fora.
Analise diariamente os seus gostos, as suas atitudes, as coisas que lhe fazem bem ou que lhe trazem prazer, bem como aquilo que não gosta ou com o qual não se identifica. Perceba quais são as suas qualidades. Estabeleça um tempo para reconhecer quem é, e o que deseja e certamente conseguirá o que quer!
Depois de descobrir quais são as suas qualidades, desenvolva-se cada vez mais. Analise aqueles pontos em que não está tão bem: se eles forem importantes, pense em desenvolvê-los melhor.
Procure focar-se em vínculos que lhe façam bem e tragam bem-estar. As relações têm o poder de ajudar a construir ou destruir o amor-próprio. Escolha muito bem as pessoas que a rodeiam.
Reserve um período de tempo para se cuidar: do corpo, da mente e da espiritualidade. O autocuidado é necessário para se manter bem.
Mais que ninguém, deverá conhecer as suas potencialidades. Não se cobre além do que pode oferecer. Todos temos um limite: descubra o seu. Quando alguém o criticar, antes de ficar triste e sentir-se mal, fique calmo e avalie se aquela crítica realmente condiz com alguma coisa que tenha feito. Se sim, procure compreender. Caso contrário, evite ficar perto de uma pessoa como esta.
Errar faz parte do processo e isso não o faz uma pessoa pior. É fundamental compreender os seus erros, servem como aprendizagem para os próximos desafios.
Cada dia que nasce, traz consigo novas oportunidades para que possamos vivenciar. Diante delas, podemos escolher entre experimentar ou deixar que elas passem, reflectir a respeito e agregar um novo conhecimento ou ignorá-las.
Cláudia Martins