Durante o decorrer das nossas vidas somos constantemente bombardeados com rótulos pessoais. Vão sendo construídos auto retratos com base em etiquetas que se utilizam regularmente.
São definições que são colocadas desde a infância no local de trabalho, que vão rotulando as pessoas. Em que o próprio já acaba por assumir que faz parte da sua identidade.
São os “Sou…” da vida!
– Sou tímido;
– Sou caixa d’óculos;
– Sou esquecida;
– Sou desastrada;
Há uma panóplia de “sou…” que nunca mais acaba, há para todos os gostos e feitios. Os auto-retratos não são, em si, inadequados, mas podem ser utilizados de forma prejudicial. O próprio acto de rotular pode ser um obstáculo à evolução, é mais fácil servirmo-nos do rótulo para não termos que fazer nada.
Todas estas etiquetas pessoais, provém do passado de um indivíduo, que foram sendo repetidas, ao ponto do mesmo, passar a ter o comportamento associado ao próprio rótulo.
Todos os “ sou…” autodestrutivos são o resultado da utilização destas 4 afirmações:
1ª – “Isto sou eu;”
2ª –“Sempre fui assim;”
3ª – É mais forte que eu;”
4ª – É esta a minha natureza.”
A utilização destas frases são completamente limitadoras, impedem uma pessoa de se desenvolver, evoluir. Acabam por ser frases bastante deterministas!
Se no auto-retrato tem afirmações potenciadoras, então estes “sou…” são uma escolha consciente e vão potenciar.
-Sou segura de mim;
-Sou optimista;
– Sou determinada;
A forma Como os Rótulos Foram Desencadeados
Os rótulos foram despoletados em duas categorias, a primeira advém das outras pessoas, tenham sido em criança ou em ambiente profissional. A outra categoria foi uma decisão da própria pessoa destinada a evitar fazer tarefas desagradáveis ou difíceis.
Imaginemos uma criança que gostava de matemática e era dedicada, em que a professora lhe tenha dito que não tem muito jeito para matemática. Facilmente a criança fica com o registo mental: “Não sou boa a Matemática”. Nas fases seguintes tanto na adolescência como fase adulta, as notas na disciplina de matemática terão fortes probabilidades de serem fracas. A própria assume essa realidade e passa a viver como se fosse uma profecia auto realizadora.
A segunda categoria reveste-se de forma diferente, são aqueles rótulos desejáveis pelo próprio, que permitem evitar actividades desagradáveis ou que não se gosta. Uma situação familiar em que um dos elementos do casal não goste de cozinhar. Para evitar a tarefa um deles limita-se a relembrar o outro: “Já sabes que sou uma péssima cozinheira, não vais querer comer a comida sem sabor, pois não!”
O que é mais comum são os “sou…” como crenças absolutas que foram aceites, são por vezes as recompensas de se agarrar ao passado. Como não havendo forma ou assumir a responsabilidade de interromper o ciclo vicioso.
Algumas estratégias, para eliminar as afirmações limitadoras e alterar curso da vida.
– Eliminar o ”sou” sempre que possível da definição.
“Sou assim pessimista” substituir por “ Tenho sido…”ou “Costumava rotular-me…”
– Questionar a própria afirmação
“Sou pessimista, sempre fui…” questionando “Será que sempre fui pessimista?”
– Fazer uma lista diária das vezes que faz este género afirmações autodestrutivas, com hora e ocasião, assumindo o compromisso de ir reduzindo o número nos dias seguintes.
Todos os “Sou…” são padrões de fuga apreendidos e que cada um pode aprender a ser seja o que for, se assim o decidir.
Cláudia Martins